O ano escolar marcou sempre a minha
vida, mais que o ano civil. Foram muitos os anos como aluno e como professor, o
que provoca alterações de percepção nas vivências diárias.
Por isso, chegado a Outubro, parece
que é tempo de renovar projectos, olhar mais para a frente, decidir como se vai
viver cada dia... Nunca fui pessoa determinada a cumprir horários à risca, de
modo a ter sempre a corda esticada. Sempre optei por uma certa dose de
lassidão, para não perder o gosto de viver, a alegria dos momentos de
contemplação ou o sabor do «dolce far niente»! Ainda para mais agora, já perto
dos oitenta, quando até o físico convida mais ao repouso, a algum torpor, sem
falar já dos achaques que sobrevêm repetidamente sem os conseguirmos dominar
com facilidade...
Este ano então foi mesmo excepcional.
Partem-se braços em queda abrupta, atacam-nos as ciáticas, gastam-se horas e
dinheiro em hospitais, dentistas, osteopatas e quiropráticos, que são coisas de
nos tirar a paciência e boa disposição... Mas, enfim, sobrevivemos, o que é
muito bom... E vontade não falta para deslocar o olhar destes polos negativos e
fixar sobretudo o lado brilhante da vida, que nos dá mais sabor!
Assim, continuando na disposição de
colaborar com os outros, pertencer à comunidade, já me vem à cabeça a
preocupação do que hei-de propor para as aulas de Português na Unisseixal, por
exemplo. Naturalmente, a prática do ano anterior vai ajudar, sobretudo para não
ir para além da chinela, pois as pessoas querem sobretudo viver momentos
felizes e bem-dispostos, aprendendo por gosto e com gosto, sem forçar demasiado....
Vou olhar para a avaliação dos meus alunos, nas críticas e propostas que me
fizeram, e apresentarei temas para eles me dizerem depois como vamos viver
aqueles interessantes 90 minutos semanais.
Vou reduzir as minhas aprendizagens,
ficando apenas com a ginástica duas vezes por semana, para poder sair de vez em
quando e gozar um pouco mais. Assumo também dar uma ajuda aos alunos pobres no
Café Cristão, em explicações aos 2.º e 3.º ciclos. E vou participar também no
apoio ao “site” da Unisseixal, que a Luísa Bernardo precisa e merece a ajuda de
muitos.
Quero ler mais, sair de casa mais
vezes para passear, ir ao cinema, a exposições e mesmo frequentar cursos outros
que me elevem os conhecimentos.
O grande plátano de Portalegre, símbolo de vitalidade... |
E chega para me encher os dias...
Viver em tranquilidade com as minhas
amizades – um voto, um lema, um imperativo.
VIVER A VIDA...
António Henriques
Sem comentários:
Enviar um comentário